Continuem divagando sobre o termo humanização. Quinta-feira (19/04/2007), o Projeto O Caminho foi apresentado aos calouros de medicina da UFPE, no CREMEPE. Na ocasião o questionamento foi mantido: "O que é humanização?". Portanto, calouros sejam bem vindos à faculdade e podem começar a postar em nosso blog.
Não temam quanto ao que postarem. Afinal, os grandes filósofos só chegaram a suas grandes teorias, por se permitirem pensá-las até quando elas ainda eram tremendas bobagens.
Para ajudar na árdua tarefa de definir humanização vai ai um site sobre o tema: www.portalhumaniza.org.br.
Um comentário:
Existem situações intrigantes ao se trabalhar a temática humanização em um hospital universitário. Uma delas é a necessidade inicial que cada um tem de julgar os profissionais que o cercam quanto ao valor: humanização. Assim começam a aparecer os primeiros diagnósticos de profissionais desumanizados. Essa situação oculta uma grande provocação: “Como um ser humano pode ser desumano?”. Não questiono o absurdo de uma pessoa se tornar desumana; questiono o ainda mais simples fato de alguém ser desumano. Afinal, seja qual for o ato de um ser humano, esta atitude passa a ser considerada um ato “humano” simplesmente por ter sido praticado por um ser da espécie humana.
Seguindo essa linha de raciocínio, um profissional de saúde mal tratar pacientes assume o caráter de humano simplesmente por ter sido executado por um Homo sapiens sapiens. Então, a palavra “humanização” não quer dizer nada? Talvez, essa seja uma frase radical. Mas, de fato a palavra “humanização” vem sendo mal empregada em várias situações. Contudo, o que realmente se quer dizer ao adjetivar de “desumanizada” a situação atual da saúde brasileira?
Falar de desumanização é denunciar o profissional de saúde que não dá atenção aos seus pacientes. Uma das características do homem moderno é a de reprimir sua subjetividade em detrimento de uma metodologia cartesiana. Dessa maneira, ele compromete seus relacionamentos inter-pessoais, possibilitando o desenvolvimento de relações transferenciais negativas. Um profissional de saúde “desumano” é um homem que não sabe se relacionar com o “outro”, por isso o nega, escondendo-se atrás de grosserias e egoísmos.
Jorge Rosal Ramos
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